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O consumo de água e o futuro da nutrição na agricultura

Um novo estudo foi divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) sobre os efeitos das mudanças no clima que afetaram drasticamente o nível de precipitação na América do Sul até o fim do século 21. Os relatórios “O Estado Mundial da Agricultura e da Alimentação (SOFA, na sigla em inglês)” e “Mudanças Climáticas e Segurança Alimentar e Nutricional da América Latina e Caribe” mostram uma diminuição de 22% das chuvas no nordeste brasileiro, enquanto o sul enfrentará um aumento de 25%.

A conclusão do estudo é que estas alterações terão importantes efeitos sobre a agricultura latino-americana e caribenha, e será cada vez mais difícil realizar colheitas, criar animais, gerir florestas e pescar nos mesmos locais e da mesma forma que anteriormente.

Estes dados apontam para a importância crescente na gestão dos recursos naturais e hídricos no Brasil e no mundo. Não somente para a manutenção da qualidade e produtividade para alimentar a população, a agricultura tem um papel muito importante pelo consumo destes recursos na hora de plantar. De acordo com o último relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, da Agência Nacional de Águas (ANA), a atividade agrícola é responsável pelo uso de 72% dos recursos hídricos utilizados no Brasil, onde grande parte dessa água é utilizada pelas plantas para a manutenção da produção agrícola e pecuária.

A água é a base de todo sistema fisiológico da produção. É ela que, na quantidade certa, além de hidratar leva os nutrientes necessários para o desenvolvimento do plantio. Se há chuva demais em uma região de plantio ou um período de seca, a produtividade não será a mesma e a consequência será na rentabilidade do campo. Neste ponto, é importante lembrar que o Agronegócio representa 30% do total do PIB atual e afeta diretamente a economia do país.

Na contramão das dificuldades para a produção agrícola está a demanda populacional. Nos últimos 90 anos, o mundo passou de 2 para 7,5 bilhões de habitantes, sendo que a expectativa é de que até 2100 a Terra chegue a 11,2 bilhões de pessoas.

Todo este cenário mostra a responsabilidade que o setor tem e a necessidade de repensar métodos e tecnologias que proporcionem uma nutrição mais eficiente com menor uso de recursos naturais, produzindo assim alimentos de forma mais sustentável e ao mesmo tempo eficiente para as futuras gerações. Cada vez mais temos que pensar no ambiente e fazer com que nossos produtores trabalhem de forma sustentável e também tenham um excelente retorno financeiro com isso.

É preciso que o agricultor entenda a importância do cenário que está se pintando para as próximas décadas. Somente ações tomadas em conjunto por todos – produtores, pesquisadores e empresas – neste momento poderão evitar catástrofes ainda maiores no futuro. A integração de pesquisa e desenvolvimento com as necessidades que o campo irá enfrentar é essencial.

Criar um manejo proativo para planejar de maneira inteligente o uso dos recursos passa pelo estudo aprofundado da fisiologia e nutrição plantas, além dos conceitos de água e fertilidade do solo. É preciso entender urgentemente todos estes pontos para se encontrar soluções e agir para frear estas perspectivas.

A criação do Bufallo Team pela UPL do Brasil vem de encontro com esta demanda. O grupo une os pesquisadores nestes temas mais renomados do país em busca de uma agricultura mais sustentável com equilíbrio no uso de água e nutrientes nas lavouras.

O Brasil, por ser um país continental, abriga climas e particularidades em cada estado que podem auxiliar em uma solução comum. Cada cientista traz suas experiências, o que deu certo e errado também, e a união deste conhecimento traz um cenário mais amplo do que acontece hoje e do que pode acontecer no futuro para conscientizar o produtor sobre riscos e possíveis soluções.

Existe uma perspectiva triste traçada pelos estudos e depende de todos nós do setor de agricultura tentar mudar o rumo que caminhamos. Estas decisões não influenciam somente o agricultor, mas sim toda a população, incluindo nossos filhos e netos. Qual o mundo que buscamos para eles?

(*) Luiz Fernando Schmitt é engenheiro agrônomo formado pela Universidade de Passo Fundo, com MBA em Gestão de Negócios pela FGV, na UPL é Responsável pela Unidade de Negócios de Nutrição Brasil.

Fonte: Campo Grande News

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