Cloro Residual e da Demanda de Cloro
Conhecer o teor de cloro ativo que permanece após a definição (cloração) da água, permite garantir a qualidade microbiológica da água, ou seja, se ela está em condições de uso.
Os derivados de cloro são usados como desinfetante a uma concentração inferior a 1 mg / L. Mostrou-se que, a água que contem uma concentração de 50 mg / L em cloro residual pode ser consumida sem nenhum perigo (ANDRADE e MARTYN, 1993).
A Lei 1469 (BRASIL,2001) em seu Art. 13º, cita que após a desinfecção, a água deve conter o teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/L, sendo obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L em qualquer ponto da rede de distribuição. Recomenda-se que o teor máximo de cloro residual livre, em qualquer ponto do sistema de abastecimento, seja de 2,0 mg/L.
Quando se decide tratar a água de uma indústria de alimentos com um derivado clorado, deve-se saber que somente o uso continuo da água clorada trará todas as vantagens, por evita a proliferação de micro-organismos.
Normalmente, se recomenda concentração de 4 a 7 ppm de cloro residual durante o ciclo principal de trabalho. Para a limpeza geral, recomenda-se concentração de 15 a 25 ppm. A água de resfriamento de produtos auto-clavados deve conter um residual de 4 a 7 ppm (ANDRADE e MARTYN, 1993).
MATERIAL
– 02 Tubos de ensaio
– 01 Pipeta volumétrica 5 mL
– 02 Pipetas volumétricas 50 mL
– 02 Erlenmeyers de 250 mL
– 01 Bureta 25 ml ou 50 mL
– 01 Suporte de bureta
– 01 Funil
– 02 Provetas de 100 mL
REAGENTES
– Solução de ortolidina 0,1% SR
– Solução de tiossulfato 0,01 N ( N/100) SV
– Solução de HCI (1:3) SR
– Solução de amido 1% SI
– Solução de KI 10% SR
Leia também:
Avaliação de métodos para determinação de cloro residual livre em águas de abastecimento público
Determinação de cloro residual qualitativamente
Metodologia
- Coloque 5 ml da amostra de água a ser analisada em um tubo de ensaio.
- Adicione 5 gotas da solução de ortolidina 0,1% SR.
- Observe se aparece a coloração amarela, que indica a presença de cloro livre.
- Determine quantitativamente o CRT (cloro residual total).
Determinação de cloro residual quantitativamente
Metodologia
- Coloque 100 mL da amostra da água em um erlenmeyer de 250 ml.
- Adicione 50 mL da solução de KI 10%.
- Adicione 5 mL da solução de HCI (1:3) SR.
- Titule com tiossulfato de sódio N/100, até coloração amarelo claro.
- Adicione 4 a 5 gotas da solução de amido 1%.
- Continue a titular com o tiossulfato de sódio N/100, até a viragem para incolor.
CÁLCULOS
NB . V9mL_ . fc . Eq-gA . 1000
X (ppm de cloro residual = ——————————————
Expresso em CI2) Vamostra
0,01 . V9mL) . fc . 35,45 . 1000
X (ppm de cloro residual = ———————————————-
Expresso em CI2) 100
X (ppm de cloro residual = V(mL) x 3,545 x fc expresso em CI2)
1mL de Na2S2O3 N/100 = 3,545 mg de CI2 / L
REAÇÕES
CIO- + I- + 2H+ ? H2O + CI- + ½ I2
I2 + 2S2O32- ? 2- + S4O62-
Demanda de cloro de uma água
A avaliar a demanda de cloro é determinar a quantidade de derivado clorado que deve ser adicionado a uma determinada água, de modo que após um tempo de contato se obtenha no mínimo um residual de 0,2 mg / L.
MATERIAL
– 01 Pipeta graduada de 1 mL (+- 20 gotas)
– 10 Provetas de 500 mL
– 05 Bastões de vidro
– 01 Termômetro
REAGENTES
– Derivado clorato (hipoclorito de sódio ou dicloroisocianurato de sódio)
METODOLOGIA
- Prepare uma solução de derivado clorado que contenha 4 g / L ou 4000 mg / L de CRT (cloro residual total).
- Coloque nas provetas de 500 mL, 2500 mL da amostra de água, que se deseja determinar a demanda.
- Coloque uma gota da solução de derivado clorado na 1ª proveta, 2 gotas na 2ª proveta e assim sucessivamente, de modo que, a 10ª proveta receba 10 gotas. Desta forma a 1ª proveta apresenta 10 mg / L.
- Deixe em repouso, por 30 minutos.
- Faça um teste qualitativo com ortotolidina, para identificar em qual ou quais provetas ainda se mantêm o residual de cloro.
- Nas provetas que ainda apresentarem um residual de cloro, determine quantitativamente a concentração deste residual.
CÁLCULOS
DEMANDA DE CLORO = TCA – TCRA
TCA = Teor de cloro adicionado
TCRA= Teor de cloro que restou após o tempo de contato
PREPARO DAS SOLUÇÕES
1) Solução ortotolidina 0,1%
Em béquer de 200 mL, ferva 90 mL de água destilada, durante a ebulição adicione 10 mL de HCI R, em seguida, coloque 0,1 g de ortotolidina R. Mantenha a ebulição por 3 min, sempre homogeneizando com um bastão de vidro resfrie, transfira para balão volumétrico de 100 mL e se necessário complete o volume de para 100 mL.
2) Solução tiossulfato de sódio ( Na2S2O3 . 5 H2O) 0,1 N (2,482 % p/v)
Dissolva 24,820 g de tiossulfato de sódio em água destilada e deionizada e dilua a 1000 mL em balão volumétrico. Preserve a solução adicionando 5 mL de clorofórmio ou 1 g de NaOH.
Para preparo da solução 0,01 N (N/100) realizar diluição com a solução 0,1 N:
N.V = N’ . V’
0,1 . V = 0,01 . 500
V = 5 / 0,1 = 50 mL
Em balão volumétrico de 500 mL coloque 50 mL da solução 0,1 N de Na2S2O3.5H2O, complete o volume com a água destilada.
3) Solução goma de amido 0,5% SI
Dissolva 1g de amido solúvel em cerca de 10 mL de água destilada fria, transfira para béquer de 500 mL e adicione 200 mL de água e ferva por 2-3 minutos, sempre homogeneizando com bastão de vidro, resfrie e conserve em frasco âmbar e ao abrigo da luz. Para preservação da solução 0,6 g de acido salicílico ou 0,5 mL de tolueno.
4) Solução de KI 10% SR
Pese em balança analítica 10 g de iodeto de potássio, dissolva em 30 mL de água destilada e transfira quantitativamente para balão volumétrico de 100 mL, complete o volume com água destilada.
5) Solução HCI (1:3)
Em um becher de 500 mL, coloque 300 mL de água destilada, adicione lentamente 100 mL de HCI R.
Acervo: Enasa Engenharia