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Las Vegas – Um Case de Sucesso no Reúso da Água

Quer conhecer mais curiosidades deste case verdadeiramente exemplar no Reúso da Água? Acompanhe nosso artigo e descubra por que Las Vegas é um marco de sustentabilidade!

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Se em outros tempos Las Vegas ficou conhecida como a “cidade do pecado”, a realidade está começando a mudar. Pelo menos se depender do governo municipal, a cidade será considerada a capital da sustentabilidade nos Estados Unidos. Motivos não faltam para indicar que o município está trilhando um caminho de sucesso no quesito: a prefeitura  tem se mobilizado desde a última década para conscientizar moradores e empresários para a conservação da água, item em situação extremamente crítica no local, que fica em meio ao deserto de Mojave.

Las Vegas, de fato,  localiza-se em Nevada, um dos sete estados que dependem do já sobrecarregado Rio Colorado para o seu abastecimento.

Considerados vilões anteriormente, mesmo os cassinos passaram a ocupar lugar de destaque para a conservação da água na região. Apesar de toda a suntuosidade, ao contrário do que se possa imaginar, os templos da jogatina são responsáveis por utilizar apenas 3% da água da cidade, sendo parceiros na empreitada de economizar o recurso natural.

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Incentivos fiscais para empresas sustentáveis

Os esforços têm dado certo: de local em que o desperdício era até mesmo considerado um modelo de negócio, Las Vegas se reinventou nos últimos anos e está se transformando em símbolo de sustentabilidade ambiental. Apesar de receber 40 milhões de turistas por ano, a cidade criou mecanismos inteligentes para alcançar a meta de cidade sustentável, modificando de vez sua imagem de desperdício de energia e negligência em relação aos recursos naturais.

Tudo começou em 2005, quando o Legislativo aprovou um pacote de incentivos financeiros para os empresários que adotassem medidas sustentáveis subsidiadas pelo governo. Além disso, as medidas deviam incluir o selo LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) para validar as iniciativas das empresas participantes. No entanto, o selo não é tão fácil de conseguir: é preciso que a construção seja realmente sustentável desde o início da obra, que é devidamente fiscalizada de acordo com critérios bem delimitados.A redução de insumos desde a fase de construção, a reutilização dos resíduos e a adoção de ideias criativas para gerar energia são alguns dos fatores considerados para ganhar pontos na busca pelo LEED.

Neste cenário, 97 construções já conseguiram conquistar o certificado na cidade dos cassinos. A MGM foi uma das empresas que mais receberam incentivos fiscais da Prefeitura: neste case, peças acopladas em chuveiros e lavatórios que minimizam o fluxo de água foram uma das iniciativas para a economia.

Reúso e Economia

Um exemplo de como a preservação da água é encarada com seriedade no município é o case do Palazzo, um dos resorts e cassinos mais proeminentes e famosos do local. O empreendimento utiliza um sistema de nanofiltração para limpar a água de uma corrente subterrânea (considerada imprópria para consumo humano) e então destiná-la para a irrigação de jardins, gramados e campos, em uma iniciativa eficaz de reúso. A referida corrente está localizada abaixo da avenida Las Vegas Boulevard, e não é 100% segura para abastecimento humano por estar muito próxima da superfície. A medida ajuda a poupar incríveis 22,7 milhões de litros de água por ano.

Outras aplicações cotidianas também colaboram para um consumo consciente da água, escassa na região. A maioria das plantas das casas de Las Vegas, por exemplo, têm jardim com pedrinhas para que não precisem ser regadas com frequência. As descargas são consideradas inteligentes, pois reduzem a quantidade de água (1,28 litros) cada vez que são acionadas. Lavanderias possuem máquinas em forma de túnel que reduzem até 30 litros de água na lavagem de lençóis. Máquinas de última geração e triagem de peças são associadas a produtos de limpeza mais potentes para eliminar a sujeira: 27 toneladas de roupas são lavadas todos os dias neste sistema por uma rede de lavanderias que administra nove cassinos na região, devidamente candidata ao selo LEED. Um dos cassinos que utilizam o sistema é o Caesars, que afirma economizar até 136 litros de água por dormitório.

Diante de tantas ações sustentáveis em uma localização desértica e, à primeira vista, inviável para soluções ambientais do gênero, fica o apelo para a adoção de medidas similares nos empreendimentos e indústrias de todos os setores.

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