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Quantificação do lodo gerado na estação de tratamento de água da Universidade Federal de Lavras e relação com a concentração de sólidos na água bruta

Resumo

As águas bruta captada para abastecimento e disponibilização para consumo humano, normalmente não podem ser utilizadas de forma direta, são necessárias as Estações de Tratamento de Água (ETA) que, através dos processos físico-químicos tornam a água potável. Entretanto durante esse processo a ETA gera um resíduo conhecido como lodo. A formação do lodo pode sofrer variação devido a qualidade da água bruta e dos insumos químicos que são inseridos como parte integrante do tratamento da água. No planejamento de uma unidade ETA, já deve ser previsto o volume gerado diariamente para definir o melhor método de destinação, que pode ser aterro, mas há outras alternativas, como exemplo uso para fabricação de tijolos. Foi realizado um trabalho na ETA da Universidade Federal de Lavras, com o objetivo de avaliar a relação da concentração dos sólidos na água bruta com a geração de lodo, bem como a quantificação desse resíduo. Ao finalizar foi possível a quantificação da massa de sólidos gerada na Estação de Tratamento de Água da Universidade Federal de Lavras no decantador e filtros. Os valores médios diários para essas duas unidades foram, respectivamente, 12,25 kg e 1,4 kg. Em posse dessa informação pode ser avaliado as possibilidades para destinação alternativas e sustentáveis.

Introdução

Um meio muito utilizado para ao tratamento da água bruta transformando-a em água potável são as Estações de Tratamento de Água (ETA). O funcionamento de uma ETA ocorre com diversos processos para que a água atenda aos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria nº 2.914 (BRASIL, 2011) e, assim, não ofereça riscos à saúde. Os processos de coagulação, floculação, decantação e filtração, e a adição de diferentes compostos químicos formam resíduos que serão removidos por sedimentação e filtração, principalmente nos decantadores. Esses resíduos são denominados de lodo de ETA.

Devido à sedimentação dos flocos que ocorre nos decantadores, onde ficam retidos de acordo com o sistema de descarga, o lodo é gerado. Certa parte dos flocos não sedimenta nessas unidades, segue para a etapa de filtração, onde são retidos.

O lodo produzido durante o processo de potabilização da água nas ETAs é constituído de resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos provenientes da água bruta e, principalmente, grandes concentrações de sais, decorrentes da adição de produtos químicos e polímeros condicionantes do processo (RODRIGUES, 2015).

Esse lodo possui características variadas, dependendo das condições apresentadas pela água bruta, da dosagem e tipo de insumos químicos utilizados e até mesmo da forma de limpeza dos decantadores e filtros.

O resíduo proveniente de ETAs são classificados como resíduos sólidos pertencentes à classe II- não perigosos, de acordo com NBR-10004 (ABNT, 2004). Dessa forma, torna-se necessária a destinação adequada do mesmo. Vale destacar, que a decisão quanto ao destino desse resíduo deve ser realizada ainda na fase de projeto e se devem considerar os custos elevados de transporte, as restrições ambientais, as técnicas a serem usadas (que são influenciadas pelas características do lodo, a área disponível e o clima local), como abordado por RITCHER (2001).

Como alternativa para a disposição do lodo gerado pela ETA, podem-se mencionar os aterros sanitários (teor de sólidos >30%), a disposição controlada em alguns tipos de solos, desde que atenda às condicionantes legais ambientais, a incineração dos resíduos, o lançamento na rede coletora de esgoto, bem como aplicações industriais diversas, tais como fabricação de tijolos ou outros materiais de construção.

Portanto, faz-se necessário o estudo aprofundado das características e da quantidade de lodo a ser gerado nas ETAs, para que exista uma destinação que confira melhor aproveitamento, tanto no meio econômico, como no âmbito ambiental. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a relação da concentração dos sólidos na água bruta que chega à ETA da Universidade Federal de Lavras com a geração de lodo, bem como a quantificação desse resíduo.

Autores: Mateus Barreto Flausino; Naraluce de Lima; Suellem Cristiane de Carvalho; Dyego Maradona Ataide de Freitas e Ronaldo Fia.

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