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São Carlos/SP perde mais de 1,4 bilhão de litros de água tratada por mês

Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), são mais de 17 bilhões de litros por ano

 

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Dados do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) apontam uma perda de mais de 1,4 bilhão de litros de água tratada por mês em São Carlos (SP). Em um ano, o volume chega a 17 bilhões de litros.

O volume de água tratada que é perdida nos encanamentos é o suficiente para abastecer os 250 mil habitantes do município por cinco meses e representam mensalmente 43% da água produzida pelo Saae.

Na comparação de dados, é possível observar que o valor desperdiçado está acima do já registrado no município. Em 2014 eram perdidos 11 bilhões de litros por ano, segundo o levantamento realizado pelo Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS), ou seja, 6 bilhões a menos.

No município, o desperdício chega a ser maior do que na região sudeste, que tem média de perda de 34% da água, e mais alto até mesmo que em todo o país, que tem média de 38%, ainda segundo o SNIS.

Encanamento antigo x desafio do saneamento

Para o diretor da Escola Engenharia de São Carlos (EESC-USP) e professor do departamento de Hidráulica e Saneamento, Edson Cezar Wendland, esse é o principal desafio do saneamento na cidade.

“Existem ainda outros desafios que precisam ser atacados. Eudiria que o principal seria a perda de água nas redes de distribuição. Isso decorre do envelhecimento do sistema, e ele necessita de manutenção periódica. Esse eu consideraria um problema bastante crítico de ser resolvido porque a gente investe na captação de água, tratamento dessa água, e praticamente um terço dessa água acaba se perdendo antes de chegar ao consumidor final”, explicou.

O professor afirma que a tubulação da cidade é velha e isso aumenta o número de vazamentos, o que faz com que a perda de água seja cada vez mais alta.

“A rede de distribuição de água já deve ter nas regiões centrais mais de 50 anos. Se a gente pensar que os projetos de engenharia em geral tem uma vida útil de 20, 25 anos, sua vida útil já foi bastante superada, e a consequência são alguns problemas de vazamento que acabam ocorrendo. A gente percebe mesmo que frequentemente o Saae tem que fazer reparações“, disse.


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Vazamentos mensais e prejudiciais

Segundo o Saae, são cerca de 250 ocorrências de vazamentos mensais. O presidente da autarquia, Benedito Marchezin, concorda que a perda de água nos encanamentos é uma das principais questões de saneamento no município hoje.

Para tentar reduzir a quantidade perdida, Marchezin explica que a autarquia diminui a pressão da água em alguns bairros do município.

“Nosso estoque de vazamento é muito grande por conta da idade das redes, e a gente vem trabalhando instalando válvulas redutoras de pressão, porque a gente precisa diminuir a pressão em determinados bairros onde a pressão é muito alta e acarreta um grande volume de perda. Uma rede antiga com uma pressão muito alta, o encanamento não suporta”, contou.

Segundo informações do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, a troca da tubulação necessária custaria aos cofres públicos cerca de R$ 100 milhões. Porém, o orçamento anual da autarquia é de R$ 110 milhões, impossibilitando a realização da obra com recursos próprios.

“O ideal mesmo seria substituir essas redes. Você observa que onde passa o recape, em cerca de 15 dias, um mês, recapeou e já ocorre o vazamento, ou quando não, ocorre no próprio serviço de recape, onde a vedadora do asfalto, com o peso da rede, quebra. O ideal é trocar as redes, mas o que falta é recursos. O orçamento do Saae não suporta a troca de toda a extensão que precisaria ser trocada”, disse Marchezin.

Outras causas

A perda de água também pode ocorrer por causa das ligações clandestinas, os chamados gatos. Na cidade, essas perdas representam 5% do produzido mensalmente, cerca de 165 milhões de litros, um valor que não é considerado alto pelos especialistas.

Fonte: A Cidade ON.

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