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Tratamento de esgoto chega a 40% da população de Blumenau

Sete anos após o início da concessão, cobertura da rede avançou de 4,8% para 40% em Blumenau

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Estação de tratamento da Odebrecht no bairro FortalezaFoto: Mariana Furlan / Agencia RBS

 

Lucas Paraizo
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Aos olhos da maioria está o transtorno das obras, as ruas fechadas, os buracos no asfalto. Problemas que afetam o dia a dia do blumenauense, mas que são a parte visível de um investimento pensado no futuro. Sete anos se passaram desde que as obras da rede de tratamento de esgoto começaram em Blumenau e mais da metade dos moradores ainda enviam diretamente seus resíduos para o rio quando apertam a descarga em casa, mas o trabalho feito até aqui já tem números positivos. Se a cidade gera cerca de 45 milhões de litros de esgoto por dia, 17,5 milhões não estão mais poluindo rios e ribeirões graças ao tratamento.

Em 2010, quando a Odebrecht Ambiental (na época Foz do Brasil) começou as obras, Blumenau tratava 4,8% do esgoto que produzia. Sete anos depois, o tratamento chega a 40% da população e já é praticamente completo em cinco bairros: Centro, Jardim Blumenau, Victor Konder, Vila Nova e Itoupava Seca. Nesses, a empresa considera que o sistema está “universalizado”, com pelo menos 90% das casas ligadas à rede. Até o fim do ano o Bom Retiro deve se juntar a esta lista.

— O Bom Retiro é o grande esforço do ano. As obras por lá vão até agosto, para concluir em todas as transversais e margem do ribeirão. Depois dela não haverá nenhuma de tanto impacto até o fim do ano — afirma o diretor da Odebrecht Blumenau, Edi Bortoli.

Além do Bom Retiro, a empresa deve ter frentes de trabalho em partes dos bairros Itoupava Norte, Velha, Fortaleza, Garcia e Progresso neste ano. Com isso, planeja chegar em dezembro com 42% da rede de esgoto pronta. O avanço percentualmente pequeno, de apenas 2% em um ano, se explica pelo número de casas nas áreas e pelo transtorno das obras, em locais que demandam mais tempo e intervenções no trânsito — como a que ocorre atualmente na Rua Hermann Hering, que deve ficar pronta até o dia 24 de fevereiro.

— O trabalho nunca é 100% em um bairro, depois em outro, e assim por diante. A nossa divisão é por bacias de esgotamento, então por isso, às vezes, a rede vai chegar em uma rua agora e na rua ao lado só em outra fase da obra, porque estão em bacias diferentes — explica Bortoli.

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Maioria das residências está interligada à rede

Passada a obra da rede na rua, cabe ao morador a tarefa de interligar a residência a ela. Com ou sem a ligação, ele irá receber a cobrança pelo tratamento de esgoto na fatura de água, informação que é repassada por fiscais da Odebrecht em visitas assim que a obra é finalizada na rua.

Nos primeiros anos o índice de interligações era baixo, mas hoje a média é de 85% das casas conectadas à rede — nem todas, no entanto, corretamente, comenta o diretor da Odebrecht Blumenau, Edi Bortoli.

— O maior índice de irregularidades é de construções separadas das casas. Uma edícula, aquele banheiro nos fundos, uma pia ao lado da churrasqueira… Lugares que o morador acaba deixando de fora da rede. Tem também a norma de que a água da chuva não pode ir para o mesmo encanamento do esgoto, e isso é fiscalizado pela equipe do programa Rio Limpo Começa na Nossa Casa, que visita os moradores e checa as ligações. Se tiver algum problema ele orienta a pessoa. Se estiver tudo certo, o morador ganha o selo Amigo do Rio.
É exatamente nessas visitas de fiscalização que a Odebrecht tem recebido denúncias de golpes. Pessoas que se passam por fiscais da empresa e cobram para checar as conexões ou emitir algum aviso, cobranças que não são feitas pela concessionária.

— As cobranças só vêm pela conta de água, nada é cobrado pessoalmente aos moradores — alerta o diretor da Odebrecht Ambiental.

Trabalho com a comunidade

A diretoria da Odebrecht Blumenau assume que tem desafios grandes com a população blumenauense. O primeiro é deixar as ruas e calçadas do jeito que estavam antes da obra passar pelo local – o descumprimento desta meta é uma reclamação comum dos moradores.

O segundo, conscientizar sobre a importância do tratamento e mostrar como é feito o trabalho dentro das estações. Com as portas abertas para escolas e moradores, as estações nos bairros Fortaleza e Garcia mostram o processo feito nos tanques em que o esgoto entra na forma de água quase negra e sai limpa.

— Tem gente que não acredita que realmente tratamos o esgoto, ou que acha que o cheiro nos arredores é muito forte. A gente trabalha aqui ao lado da estação para provar o contrário. Só no ano passado recebemos 2.730 visitantes nas estações, a maioria de escolas, para mostrar a quantia de poluição que a cidade está deixando de jogar no rio.

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