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Pesquisa da USP de Piracicaba propõe modelo de irrigação do arroz que economiza até 50% de água

Desenvolvido na Esalq, método promete elevar produtividade do cereal em até 15%, segundo cientistas do estudo realizado no Vale do Rio Araguaia

arroz
Vista aérea do experimento conduzido em Lagoa da Confusão em Tocantins (Foto: Cristiano Juliani)

ma pesquisa desenvolvida no campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), sugere um novo modelo de irrigação que promete elevar a produtividade do arroz, inclusive nas nas planícies inundáveis do vale do Rio Araguaia. Segundo os cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), um regime alternativo de irrigação indicou economia de até 50% de água.

Os resultados da pesquisa de doutorado, desenvolvida pelo engenheiro agrônomo André Borja Reis, do Departamento de Produção Vegetal da Esalq, prometem fortalecer a recente fronteira agrícola e elevar de forma substancial os níveis de produtividade da orizicultura, inclusive em regiões com atributos de solos semelhantes.

O estudo foi orientado pelo professor José Laércio Favarin e aborda as regiões de plantação do arroz que ficam em margens de rios. Para desenvolver o método, o pesquisador fez testes na prática com cinco formas diferentes de irrigação durante três anos.

Resultados

O resultado mostrou que alguns solos apresentam características hidráulicas que permitem maior movimentação de água e, portanto, as plantas acessam facilmente a quantidade necessária às suas funções fisiológicas mesmo em condições insaturadas.

Segundo Reis, por essas características, há menor necessidade de aplicação de água por irrigação e, por consequência, diminui a perda de água. “Nas três safras foram economizadas até 50% ao ano, comparado ao manejo tradicional de lâmina contínua”, contou.

Por três anos, Reis analisou os resultados de um experimento de campo em Lagoa da Confusão (TO), que fica a 200 quilôm no sudoeste de Palmas (TO). Cinco regimes de irrigação foram testados: a tradicional lâmina contínua, duas combinações de alternância entre inundação e drenagem em diferentes ciclos, solo saturado, e solo insaturado com teor de umidade próximo a capacidade de campo.

A economia de água sem restringir o crescimento das plantas e a maior recuperação de nitrogênio, nutriente mais requerido pela cultura, permitiram que o arroz tivesse melhor desempenho. “Nos três anos a produtividade foi de 5% a 15% maior”, complementou.

O pesquisador chegou à conclusão que é preciso repensar o método de irrigação do arroz e que a tecnologia para isso deve ser pensada com base no solo de cada região, ao invés de incorporar a mesma forma em todos os solos.

“A economia de água a partir do regime de irrigação com o solo insaturado permitirá ampliar a área plantada e produzir mais arroz com menos recursos hídricos, fertilizantes, e da rentabilidade da atividade agrícola”, explicou.

Área plantada

Segundo Reis, apesar do mérito ao viabilizar um sistema de produção em área de fronteira agrícola, os produtores daquela região do norte do País também passaram a enfrentar, concomitante ao crescimento da área plantada, o conflito para o uso da água. “Essa foi a motivação para desenvolver um projeto de pesquisa de doutorado nas planícies inundáveis do vale do Rio Araguaia”, disse.

De acordo com o agrônomo, o manejo por inundação contínua é amplamente difundido em regiões tradicionais de cultivo de arroz, como o Rio Grande do Sul, Ásia e Estados Unidos. “Esse manejo proporciona pleno atendimento da demanda hídrica das plantas, e, ainda, favorece a absorção de nutrientes.

Fonte: G1.

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